segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Hino da Repressão

Se atiras mendigos
No imundo xadrez
Com teus inimigos
E amigos, talvez
A lei tem motivos
Pra te confinar
Nas grades do teu próprio lar

Se no teu distrito
Tem farta sessão
De afogamento, chicote
Garrote e punção
A lei tem caprichos
O que hoje é banal
Um dia vai dar no jornal

Se manchas as praças
Com teus esquadrões
Sangrando ativistas
Cambistas, turistas, peões
A lei abre os olhos
A lei tem pudor
E espeta o seu próprio inspetor

E se definitivamente a sociedade só te tem desprezo e horror
E mesmo nas galeras és nocivo, és um estorvo, és um tumor
Que Deus te proteja
És preso comum
Na cela faltava esse um!

Um comentário:

  1. Adoro essa poesia principalmente esse trecho :
    "Se no teu distrito
    Tem farta sessão
    De afogamento, chicote
    Garrote e punção
    A lei tem caprichos
    O que hoje é banal
    Um dia vai dar no jornal

    Se manchas as praças
    Com teus esquadrões
    Sangrando ativistas
    Cambistas, turistas, peões
    A lei abre os olhos
    A lei tem pudor
    E espeta o seu próprio inspetor"
    que relata detalhadamente a repressão sentida pelas pessoas daquela época.

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